quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Que será, que será...

"Cecília, como sempre, subiu ao palco resoluta. Mergulhada em aplausos do teatro lotado, caminhava suavemente até o centro. A suavidade era sua marca, presente em seus gestos, seu andar e sua tímida voz. Deslizava com seu vestido azul claro como se estivesse entre nuvens, e a leveza do vestido contribuía para a atmosfera branda que pairava sob o palco.
Entre os burburinhos, empunhou o violino. Era a ordem de silêncio. A platéia calou-se de imediato, aguardando ansiosa e atenta o início da performance. O foco de luz limitou-se a Cecília, abandonando em breu o resto do palco. E então o espetáculo começou. A música vinha calma, como uma extensão da própria violinista, uma sucessão melodiosa de notas saltitando pelo ar. A composição era de sua autoria, a obra mais verdadeira que já havia criado. Não foi pensada e nem planejada, simplesmente fluiu, em um momento em que nada fluía.
Dos assentos era impossível ver a feição de Cecília, que mudava juntamente com a música. O que calmo era transformou-se em intenso, forte e rápido. Para alguns, essa era a prova do inestimável talento da violinista. Sua capacidade de brincar com os dedos tirando do instrumento as mais variadas e aparentemente incompatíveis melodias para depois, de forma divina, juntá-las em uma obra só, surpreendendo a todos com a beleza nascida ali."



Parte de alguma coisa que ainda não sei o que é, talvez continue...

2 comentários:

Wanderson Rodrigues disse...

Você me surpreende mais a cada dia...

Beijo enorme!!!

Vuushhhhhhhhh ;)

~ N.O.iT.e ~ ;-) disse...

Espero que continue sim!